Um cirurgião plástico israelense criou um “implante de sutiã” feito de silicone, que pode se tornar uma nova opção em cirurgias para levantar os seios.
Com a fase de pesquisas concluídas, a equipe vai iniciar os testes em outubro com 30 mulheres para avaliar a eficácia e os efeitos colaterais do procedimento.
Se a nova tecnologia provar ser eficiente, poderá chegar ao mercado em até dois anos.
A invenção, batizada de “Cup and Up”, consiste de uma prótese de silicone na forma de uma rede que, ao ser implantada nos seios, é segurada por duas alças fixadas em um dos ossos da costela com parafusos de titânio.
Pequenas cicatrizes
O autor da invenção, o médico Eyal Gur, explica que a nova prótese seria implantada utilizando a técnica Mastopexia de Invasão Mínima (MIM, na sigla em inglês), um procedimento que deixa cicatrizes bem menores do que as observadas nas cirurgias convencionais.
Outro benefício do procedimento, acrescenta o médico, seria o tempo de duração da cirurgia, de apenas 40 minutos.
“A paciente poderá chegar ao hospital pela manhã e voltar para casa logo depois do almoço”, afirma.
Segundo Gur, apenas dois cortes de meio centímetro nos dois lados de cada seio seriam necessários para introduzir o sutiã de silicone, feito sob medida para cada paciente.
Com as alças aparafusadas na costela, entre os seios e os ombros, a rede de silicone é implantada na base da mama e encaixada nas alças.
Quem quiser, ainda poderá aproveitar a cirurgia não só para levantar, mas também para aumentar os seios.
Efeito duradouro
Além disso, aposta o médico, a nova tecnologia terá efeito mais duradouro, já que as alças não perdem elasticidade com o tempo, como acontece com os sutiãs de verdade.
“O novo sutiã terá efeito permanente e duradouro, diferente das cirurgias tradicionais, em que um ano depois a paciente reclama que os seios já voltaram a cair”.
Gur adverte, no entanto, que a novidade poderá sofrer com os efeitos da gravidez, amamentação ou ganho de peso, sendo necessários reajustes num período de cinco a dez anos.
A equipe de médicos israelenses já registrou patentes em vários países, incluindo o Brasil. Gur acredita que o "implante de sutiã" será bem recebido no país, onde “não falta trabalho para os cirurgiões plásticos”.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2004 o Brasil realizou mais de 660 mil cirurgias plásticas. Entre estas, 117.759 foram para correção das mamas.
Ceticismo
Alguns cirugiões, no entanto, estão céticos em relação à nova tecnologia. O cirurgião plástico Simon Kay, membro da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos, diz que ainda é cedo para apostar na eficácia do implante de sutiã e alerta para os riscos.
"Há um sério risco de rejeição tanto do silicone, que nesse procedimento é colocado a apenas um centímetro abaixo da pele e dos parafusos de titânio, que além de poderem causar infecções, pode perfurar algum órgão, como o pulmão", afirmou o cirugião.
Para Kay, o "Cup and Up" é mais uma demonstração da "tentação do mercado" para criar novas técnicas que atraiam mulheres para as cirugias plásticas.
"As mulheres estão cada vez mais convencidas pela mídia de que não devem se sentir satisfeitas com a aparência", opinou.
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