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No entanto, os anos de ouro parecem ter ficado na história, como demonstra os 8% de queda nas vendas que a revista vem registrando a cada ano nos últimos tempos.
Como a revista "quente" parece ter se esfriado, a "Playboy" vem apostando desde 1999 na criação de uma marca global para marcar distância da publicação e oferecer produtos alternativos.
Essa linha de negócio já deu à empresa do coelhinho vendas de US$ 800 milhões no varejo por ano, em mais de uma centena de países.
Com essa filosofia, a companhia abriu hoje em Londres seu primeiro estabelecimento na Europa e o nono do mundo: uma loja de 4 mil metros quadrados e três andares no coração da Oxford Street, a artéria comercial da capital britânica.
"O coelhinho voltou. Vai ser fantástico", disse à agência Efe a diretora de relações públicas da loja, lembrando que a "Playboy" tinha saído da cidade desde o fechamento de seu clube-cassino, em 1982.
Situada entre uma farmácia e uma loja de telefone celular, a "megastore", facilmente reconhecível na rua pelo logotipo, não vende a revista e, muito menos brinquedos sexuais ou qualquer "quebra-galho" desse tipo.
"Não vendemos nem revistas nem vídeos. Isto é uma boutique de moda", disse Lisa Hagendorf com um sorriso.
E não falta razão para ela, já que os clientes podem encontrar uma ampla gama de produtos que têm como "estrela" a roupa de grife, e que também inclui lâmpadas, relógios (de parede e de pulso), almofadas em forma de coração, copos, xícaras, chaveiros, pulseiras, colares, malas e inúmeros acessórios.
O denominador comum dessa amálgama de mercadorias é, claro, o ícone do coelhinho, onipresente em uma infinidade de cores e tamanhos.
Por outro lado, as "coelhinhas", com suas orelhas postiças, o rabinho de pompom e sempre tão disponíveis para as festas da companhia, ficaram relegadas às etiquetas das mercadorias e lingerie, além de alguns catálogos de época exibidos discretamente.
Os novos tempos são apreciados também no fato de que, se outrora a "Playboy" se considerava um "empório de homens", 70% dos produtos da loja agora são direcionados às mulheres, apesar das queixas do grupo feminista "Anti-Porn UK", que declarou guerra ao estabelecimento.
"Historicamente, a ''Playboy'' se ocupou das mulheres belas, apesar de agora se dirigir a homens e mulheres", comentou a diretora de relações públicas.
"Trata-se de refletir o estilo de vida da ''Playboy'': a diversão, o ''glamour'', o sentir-se sexy e sofisticado e desfrutar da vida", disse Hagendorf.
Os primeiros clientes a verem a loja parecem contentes com a idéia de ter a "Playboy" como grande marca internacional: "É estimulante ter outra vez a ''Playboy''. Antes era visto como algo erótico, mas hoje dia é algo elegante", comentou Shirley Richards, de 51 anos.
Aos nostálgicos da revista ainda resta um certo "consolo": entrar em um provador, olhar-se em um espelho em cuja parte superior se lê "Playboy" em letras pretas garrafais e reparar que - nas palavras de Hagendorf - "parece como se estivéssemos na foto de capa".
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