Segundo os cientistas, o Carcharodontosaurus iguidensis foi um dos maiores carnívoros que já viveu na Terra, e é comparável em ferocidade e tamanho ao já conhecido tiranossauro rex.
O dinossauro media 13 metros de comprimento, com um crânio de cerca de 1,75 metros. Suas enormes mandíbulas continham dentes do tamanho de bananas.
Ele fazia parte de um ecossistema de grandes dinossauros carnívoros bípedes que habitavam a região onde hoje fica o deserto do Saara.
Estudante
Os fósseis de 95 milhões de anos foram descobertos em 1997, por uma expedição comandada pelo então famoso "caçador de dinossauros" Paul Serono, da Universidade de Chicago.
Desde então, os restos do animal ficaram em um laboratório em Chicago, esperando classificação.
Foi um estudante da universidade que encontrou os fósseis por acaso, e, enquanto catalogava os ossos do crânio e do pescoço do animal, percebeu que eram diferentes de outras espécies de carcarodontossauros encontrados no Marrocos.
Hoje terminando um mestrado na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, o estudante Steve Brusatte, explica que o novo carcarodontossauro provavelmente servia de presa de uma espécie ainda maior de dinossauro, o espinossauro.
"Esses animais chegavam a medir 18 metros, e as duas espécies conviviam ainda com uma terceira, um terópode de 9 metros", disse Brusatte à BBC. "Era uma comunidade muito estranha e muito amedrontadora."
Quente e úmido
O estudo que culminou na identificação do novo carcarodontossauro foi publicado na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology.
Com ele, os cientistas estão conseguindo entender um pouco melhor uma época peculiar da história, em que o planeta era quente e úmido, e coberto por mares rasos.
"Esse dinossauro parece ter evoluído porque esses mares dividiam as terras e, conseqüentemente, separavam os vários grupos de animais", explicou Brusatte.
A paleontóloga Angela Milner, do Museu de História Natural de Londres, disse que a nova descoberta demonstra que dinossauros carnívoros gigantes estavam mais espalhados pela África do que se pensava até agora.
"Pode ser que esses animais tenham se originado porque as populações foram fisicamente isoladas por uma barreira geográfica, e se desenvolveram em um isolamento reprodutivo", afirmou.
"Se a barreira se desfez no futuro, indivíduos da mesma população já não poderiam mais se reproduzir entre eles. Este é um fenômeno bastante conhecido", disse.
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