domingo, 1 de julho de 2007

Desfile de porcos pára cidade filipina


Um porco vestido de bailarina, um leitão montado em uma moto, um porco-do-mato tomando soro – sem dúvida o desfile que passou pelas ruas desta cidade filipina no domingo (24) não foi nada comum.

Os participantes de desfiles de qualquer cidade não costumam estar mortos, muito menos assados e tostados, nem são destrinchados e degustados ao final do desfile.

Mas na cidade de Balayan, ao sul de Manila, um festival religioso realizado há séculos repete a tradição de matar, vestir, desfilar e consumir os porcos da região.

Centenas de porcos suculentos e pururucas vestidos em fantasias coloridas fizeram parte do desfile do festival de celebração de São João Batista.



Os porcos, conhecidos como "lechon" no idioma local, foram colocados em barcos a motor enquanto os moradores da cidade imergiam uns aos outros na água, reproduzindo o batismo de Jesus Cristo.

O excêntrico evento é um ritual religioso e de purificação nesta cidade predominantemente católico-romana chamada Balayan, que atrai milhares de turistas todos os anos.


Não se sabe ao certo quando a tradição teve início, embora se presuma que anteceda a chegada dos primeiros missionários espanhóis responsáveis pela introdução do cristianismo aqui no século XV.


O lechon suculento e coradinho é um ícone da cultura filipina, um equivalente ao peru do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Festa ou reunião de família que se preze não passa sem essa iguaria.


No entanto, neste festival, os porcos assados desfilam por toda a cidade enquanto multidões se aglomeram nas ruas e tiram pedaços da guloseima.


Entre os mais coloridos estava um porco montado em uma moto com uma máscara de esqui presa na cabeça brilhante e oleosa, e óculos escuros sobre o focinho.


Nelson del Rio contou que ficou horas preparando o porco, que já serve de propaganda para sua loja de motos Suzuki.


"Participamos do evento há anos", disse ele. "O desfile acabou virando também uma ferramenta de marketing para muitos empresários".


Outro porco foi arrumado em uma plataforma imitando palco, em pose de estrela de rock, vestindo jeans, uma camiseta surrada, bem apropriada por sinal, e segurando um microfone.


Um barco, patrocinado por um hospital, exibia um porco-do-mato cheio de curativos tomando soro. Havia outro ainda com vestido de tule, sobre um dos carros imitando uma bailarina.

Mais adiante, ninguém continha a risada e a curiosidade diante do javali de fraldas segurando uma mamadeira.

Cleofas Torres, caprichou na produção do suíno para o evento e declarou "este festival é importante para nos lembrar, todos os anos, que podemos esperar uma vida de fartura sob a proteção de São João".

Por toda a cidade, adultos e crianças brincavam com pistolas plásticas espirrando água uns nos outros e houve queima de fogos de artifício.

Mais tarde, os porcos foram distribuídos entre diversas casas onde foram divididos entre amigos e pessoas que nem se conheciam em uma tradicional manifestação de hospitalidade.

Via: G1.

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