Horsey Horseless – 1899
Uma grande lenda que merece começar esta lista é o Horsey Horseless (ou em português o “cavalinho sem cavalo”). Ninguém sabe se esse carro chegou a ser produzido e comercializado, e não é por acaso. Criado por Uriah Smith, um mecânico de Michigan, a idéia era criar um carro que não assustasse e irritasse os cavalos das carruagens nas cidades.
Mas como fazer isso? Simples! Basta colocar uma cabeça de cavalo oca e feita de madeira na frente do veículo. Dessa forma os cavalos não se incomodariam com os carros e haveria um bom lugar para armazenar combustível, no caso, dentro da cabeça. Parece uma péssima idéia deixar o tanque do combustível exposto e na parte frontal do veículo, certo? Pois é.
Fuller Dymaxion – 1933
Ah, o futurismo da década de 30. O designer R. Buckminster Fuller, auto-proclamado gênio, estava convencido de que a tecnologia tornaria possível um carro voador em alguns poucos anos então criou o Fuller Dymaxion. Esse carro voador ou avião dirigível teria asas infláveis e motores a jato. Como o carro voador ainda era uma impossibilidade, os primeiros(e todos) os modelos vieram sem asas.
Um misto entre cabine de avião e dirigível, o modelo tinha três rodas e a pior aerodinâmica possível. o volante funcionava como um leme, e direcionava apenas a roda traseira. Se ele estivesse em um lugar com vento forte, tinha vontade própria. Algumas modificações foram feitas para deixá-lo um pouco mais estável, mas após um acidente fatal de causas desconhecidas ele foi rejeitado pelo público e seu projeto abandonado. Quem diria.
Chrysler/Desoto Airflow – 1934
Ainda na década de 30, mais um erro. Entretanto, dessa vez o erro foi do público, parcialmente. Muito do design desse modelo estava décadas à frente de seu tempo: as noções aerodinâmicas, a distribuição mais equilibrada e o peso reduzido. Mas ele era tão diferente dos modelos americanos que o público o considerou um carro estrangeiro.
Em um momento de crise financeira que precedeu um pico de nacionalismo, o carro estava condenado. Não ajudou que ele tinha um pequeno problema que envolvia a queda do motor em algumas situações. Não foi a última vez que o público americano viu como seria o design no futuro e o recusou.
Crosley Hotshot – 1949
O primeiro esportivo criado depois da grande guerra. Um esportivo que não alcançava nem 100 quilômetros por hora, quem diria. Ele não era muito grande nem muito pesado, mas também não tinha potência nenhuma. A grande falha deste modelo, entretanto, não era a fraqueza, e sim a fonte dela.
O motor .75L não foi produzido com partes de aço ou ferro. Um grande vacilo da parte dos designers foi usar latão, um metal que se expande muito e se curva com facilidade. Com essas características, as soldas não seguravam como deveriam e o carro esquentava muito mais do que devia.
King Midget Model III – 1957
Ah, a década de 50. Havia todo um romantismo de uma grande ascensão após duas décadas negras para os Estados Unidos. Claud Dry e Dale Orcutt pensaram em construir um carro popular que qualquer um pudesse comprar, sem grandes frescuras. Um carro simples mas funcional para um país que voltava aos trilhos. Foi nessa época que criaram o Model III, depois de outros dois fracassos comerciais na década de 40.
O corpo do carro era feito com folhas de ferro dobrado, assim como os brinquedos da época. Seu motor dava incríveis 9cv (sim, nove) de potência. Algumas unidades foram vendidas, mas o governo federal decidiu que o carro não era seguro o suficiente para ser comercializado. Um bom exemplo de que governos tomam atitudes sábias de vez em quando.
Ford Edsel – 1958
O primeiro carro que faz sua segunda aparição em nossa lista de aberrações sobre quatro rodas. Os problemas desse carro não são poucos. Um dos maiores foi a campanha de publicidade, que criou uma expectativa que o modelo não poderia cumprir. Mas os outros não eram particularmente discretos.
Ele era um beberrão e barulhento, muito caro para os padrões da época e seu design levantava sobrancelhas. Não que fosse muito feio, mas a parte da frente não tinha nada a ver com a parte de trás. O formato pouco ortodoxo da grade frontal não ajudou. Alguns diziam que ele era um pouco erótico demais para a sociedade conservadora americana da época.
Zundapp Janus – 1958
Mas a década de 50 não foi cruel apenas para os americanos. Veja só o que estava acontecendo na Europa nesses dias: um carrinho estranho chamado Janus. Criado por uma estabelecida fabricante de motocicletas que decidiu expandir seu mercado, o modelo apostava na simetria.
O carro alemão não alcançava nem 90 quilômetros por hora com seu modesto motor de 14cv, e a posição dos bancos... bem, era estranha. Os passageiros ficavam de costas para o motorista, porque o carro era perfeitamente simétrico em suas laterais. Um fracasso completo do projeto às vendas.
Chevrolet Corvair – 1961
O preço era bom, o design não agredia os olhos, ele era razoavelmente econômico e a tração traseira trazia muitas vantagens. O que este carro poderia ter para ganhar um lugar nesta lista? Bem, ele era muito difícil de controlar, e em colisões tudo ficava pior. Muito pior. Mais tripas voando do que em filmes de Eli Roth.
Se a colisão fosse frontal, o eixo do volante podia empalar o motorista. Se a colisão fosse traseira, como o peso estava concentrado na parte de trás, ele rodava, capotava e explodia. A vedação ruim fazia com que vazamentos de óleo fossem constantes. Fora isso, para quem não batesse, era um bom carro. Mas os riscos eram quase cômicos, se não trágicos.
Peel Trident – 1966
O menor carro do mundo foi bem sucedido em conseguir este título. Mas com isso também mereceu o reconhecimento como um dos piores de todos. A idéia de um domo de vidro ou acrílico no lugar de um teto sempre foi bem popular entre as décadas de 40 e 70, como podemos ver em séries como Os Jetsons. Mas isso trazia um problema.
O sol cozinhava o motorista. O barro era um estufa, e não era possível dirigí-lo com o teto aberto. O modelo com três rodas não era particularmente bom de se controlar, e com aquele tamanho ultrapassar os 60km/h era uma esperança ilusória.
Ford Pinto – 1971
Algumas coisas nunca mudam... Enfim, por que o Ford Pinto era um horror sobre rodas? Bem, além do design pouco inspirado, os problemas mecânicos não eram poucos.
Essa bomba-relógio ambulante tinha um tanque de gasolina muito mal posicionado na parte traseira, de forma que em caso de colisão em simplesmente explodia. Quem precisa de um air-bag quando você está sendo carbonizado?
Jaguar XK-E V12 III – 1974
Não é só porque hoje a Jaguar faz alguns dos carros mais belos do mundo que ela não teve maus dias. Em 1961, ela havia apresentado uma obra de arte chamada E-Type. Potente e belo, dez anos depois havia se tornado... isso.
Para se adequar aos padrões de segurança e emissões norte-americanos, o motor foi 4.2 foi trocado por um 5.3 V12, pesado demais e muito barulhento.
Além disso, o design foi esticado e o pára-lamas foram colocados para frente e ampliados com uma camada de borracha, supostamente para deixar o carro mais seguro para pedestres.O que revolta é que é possível ver um carro bonito em baixo deste modelo horroroso. Uma verdadeira lástima.
Ferrari Mondial 8 – 1980
A década de oitenta começou com a grande Ferrari pisando na bola. A idéia era boa: um carro um pouco mais barato, baseado no chassi do modelo 308. O motor V8 dava respeitáveis 214cv de potência. O que poderia dar errado? A parte elétrica. Inteira.
A taxa de falha deste carro era ridiculamente alta, e sempre que um parava de funcionar vinha o cheiro de fios queimando. O conserto era praticamente uma extorsão autorizada pela marca. Esse carro deu um mau nome aos modelos mais baratos da montadora italiana. Os Mondials melhoraram muito depois, mas não é à toa. Não podiam piorar.
Yugo GV – 1985
Malcon Bricklin achava que sabia fazer carros. Na verdade, parece que odiava carros, profundamente. Esse é o único motivo por que alguém importaria o Yugo para os EUA. O carro soviético aparece pela segunda vez em nossas listas de carros péssimos. O grande crime deste modelo? Se desmontar.
O pessoal da revista TIME tem um comentário interessante sobre ele: “O Yugo, para um carro com poucos recursos, estranhamente tinha desembaçador do vidro de trás. Isso para que suas mão ficassem quentes enquanto você estava empurrando o carro.” Além disso, peças caíam e o sistema elétrico era puro caos.
Fiat Múltipla – 1998
Nas décadas de 50 e 60, Múltipla era o nome de belíssimas minivans da fiat baseadas no modelo 600. E então veio a década de noventa que destruiu esse nome para sempre.
O design do carro dá a clara impressão de que notaram tarde demais que o carro era muito baixo, então deram mais alguns centímetros com um degrauzinho.
Mecanicamente ele era.... perfeito. Esse é o lado triste: um carro bom e confiável, mas feio demais para ter alguma chance no mercado. Design e confiabilidade são complementares, e não exclusivos.
Pois é, designers. Não é só porque hoje estamos em outros tempos que somos imunes a designs ruins. Vamos ver se daqui pra frente evitamos esse tipo de problema!
Matéria totalmente chupetada do site Onne com os devidos créditos e depois de tantos carros horriveis, eu só posso aconselhar vocês a ler a matéria também da Onne com os 10 carros mais luxuosos.
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